domingo, 2 de outubro de 2011

FESTAS TRADICIONAIS...

ENCONTRO CULTURAL 2011



FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

A festa de Nossa Senhora do Rosário acontece sempre no mês de setembro ou outubro; neste ano aconteceu nos dias 08 e 09 de outubro. Festa com tradições centenárias como as danças dos Catopés, Caboclinhos, Marujada, além do Reinado, grande queima de fogos com hasteamento do mastro no sábado à noite, procissão, barraquinhas. A festa reúne muitas pessoas de diversos municípios e agrega valores culturais muito ricos advindos dos povos negros, ex-escravos, que foram passados de geração em geração, e ali perdura ainda com seus ritos e místicos cantos, ora tristes, ora alegres, e bem diferentes do que vemos normalmente nos dias atuais. 

CATOPÊ FRANCISCO LIMA, o CHICO
CATOPÊ LUIZ E ROQUE
CATOPÊ DUDU

À FRENTE O FILHO DE *SENHOR CRISPIM (*IN MEMORIAN)
CATOPÊ SR. IVO, SR. LUIZ, LOURIVAL E MARIA DE FÁTIMA


Origens: a coroação de Reis Congos


        Vários pesquisadores de presença negra em Minas Gerais afirmam que a maior parte dos africanos escravizados na região tinha procedência banto - termo designativo de um macrogrupo com semelhanças linguísticas e culturais que ocupa a África Centro-Ocidental.  Assim, para entendermos algumas dimensões da cultura mineira, faz-se de grande importância a compreensão do arcabouço cultural trazido por estes africanos.

       Um dos elementos chave da Festa de Nossa Senhora do Rosário é a coroação de Reis Congos e as festas a ela associadas, que estiveram presentes em quase todos os lugares que exploraram africanos como escravos. O Reino do Congo, em fins do século XV e início do XVI, era uma espécie de federação de várias tribos reunidas em torno de um poder central organizado em torno do rei. Foi neste período que o reino viveu seu apogeu, o que foi reforçado especialmente com a intensificação das relações comerciais, religiosas e diplomáticas com os portugueses, que chegaram ao reino por volta de 1482.  A fama de sua grandiosidade certamente se espalhou e fez parte do imaginário dos africanos que foram capturados e comercializados como escravos.

       Na cosmogonia banto, a água divide o mundo dos vivos - povoado pelos negros - ,do mundo dos mortos - povoado por brancos. Assim, quando os portugueses chegaram ao Congo pelo mar, foram recebidos como emissários da terra dos mortos, compreendida como fonte de toda sabedoria. Muito provavelmente advém daí, segundo alguns historiadores, a relativa receptividade que os congoleses ofereceram em relação às concepções trazidas pelos portugueses. Algumas feições comuns às religiões banto e católica também facilitaram a incorporação do cristianismo e a criação de um cristianismo africano, que fez parte da bagagem cultural dos que para aqui foram trazidos como escravos. Foi justamente a existência desse catolicismo particular que permitiu que as origens africanas fossem invocadas no Novo Mundo também por meio do catolicismo e não apenas por meio de práticas africanas tradicionais.

       De outro lado, o tráfico de africanos e o processo de escravização levaram à quebra das estruturas sociais que balizavam suas vidas, exigindo a construção de novas formas de socialização entre os negros que aqui foram escravizados. Se na África a forma básica de organização social se dava pelas linhagens, reunidas em torno de chefes tribais, as eleições de reis negros e as festas que celebravam estas eleições foram o modo encontrado pelos africanos escravizados para recomporem essas estruturas sociais e se inserirem na sociedade escravista da época.    

Texto extraído da cartilha: Os cantos sagrados de Milho Verde, Pág. 08, da Associação Cultural e Comunitária do Catopê e da Marujada de Milho Verde e Adjacências - ACMVA, maio de 2007.



FESTA DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES DE MILHO VERDE
(Perfeita)

    Situado entre Diamantina e Serro, o paradisíaco Milho Verde tem Nossa Senhora dos Prazeres como padroeira. Essa escolha do século XVIII não deve ter levado em conta que a estância se transformaria em local para lazer mediante seus atrativos culturais e naturais, apesar de que os prazeres e as inegáveis benesses já serem desde sempre ali desfrutados. Vivenciamos com alegria a Festa de Nossa Senhora dos Prazeres de 2011: celebrações, mastro, banda de música, procissão, barraquinhas, forró...  Esse evento, caracterizado pela participação majoritária dos moradores, conta sempre com inúmeros visitantes alheios às comemorações. Reinou um bem-estar harmônico somente explicável através da amplidão da palavra prazer. Depois das festividades, ouvi testemunhos interessantes de turistas: “Nunca tinha visto uma procissão...Não sou católico e participei de tudo...  O padre deu uma aula...  Quanto  bom gosto em tudo...  Volto no ano que vem...  Ah, se na minha terra fosse assim...”.  Entre os moradores a satisfação se generaliza na convivência social e nos ritos da Igreja.  Missas que confortaram por falecimentos recentes alegraram aniversários de casamento, ciclos da vida comungados coletivamente.  O seminarista Gilvan Balbino, congregado efetivamente na comunidade, conhece e proporciona a realização dos seus anseios. Nossa Senhora, diante de nossa contemporaneidade marcada por sofrimentos, mostrou que verdadeiros prazeres são pequenas manifestações de paz, de festejos simples e comuns vivenciados com sensibilidade e abertura de alma.  Durante a procissão, visitantes e moradores, com olhos lagrimejantes, participavam efusivamente da oração do terço e dos cantos...  Entre todas as atividades, as missas é que atraíram maior participação. Padre Raimundo Carlos Pereira da Silva foi aplaudido calorosamente em suas pregações. Inúmeras pessoas participaram da missa no sábado e no domingo. Aqueles que no sábado compareceram sozinhos voltaram no domingo trazendo toda a família ou amigos visitantes. Muitos turistas renunciaram aos lazeres para não perder a missa seguida de procissão, envolvidos por uma igreja acolhedora, popular, missionária, culta, convidativa, abrangente, ideal...

Erildo Antônio Nascimento de Jesus
Texto extraído do Jornal VOZ DE DIAMANTINA, Propriedade da Associação do Pão de Santo Antônio,  ANO XI - Diamantina, 03 de setembro de 2011 – Nº 525, PAG. 9.  






SR JOSIAS CARREGANDO CRISTO - SEMANA SANTA - MILHO VERDE - 2007
















SR. SEBASTIÃO in memorian (ETERNO CATOPÊ)


VIDEO COM SENHOR SEBASTIÃO FALANDO SOBRE OS ENTERROS DOS NEGROS DO BAÚ EM MILHO VERDE





SEMANA SANTA

A semana Santa, como em tantas outras cidades do interior de Minas, é um acontecimento importante em Milho Verde, reunindo centenas de fiéis que acompanham o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Vale a pena conferir.









CARNAVAL

SAMBA ENREDO DO CARNAVAL DE MILHO VERDE - ANO 1995

Não existe lugar igual
A Milho Verde pra passar o carnaval
É uma grande folia
O povoado cantando com muita alegria;
BIS DESBANCANDO A TRADIÇÃO
VAMOS FAZER SAMBA NO SERTÃO.



Olha aí, olha aí Milho Verde
Terra do diamante e do Jequí
Deste tapete de grama
Beleza que seu nome projetou
Olha aí, olha aí Milho Verde,
Céu de estrelas como eu nunca vi,
BIS QUEM NAS ÁGUAS DO LAJEADO SE BANHOU,
O SEU CORAÇÃO LÁ DEIXOU.



Quando o tropeiro aqui chegou
Com boa gente ele se encantou
E com uma fome danada
Com milho verde é que ele se arranjou
BIS E RAIOU A TRADIÇÃO
MILHO VERDE FALA AO CORAÇÃO.



Letra, música, arranjo e interpretes pelas famílias:
Alvarenga, Serra, Belico, Falieri, Souza, Stockler e Ramos, numa homenagem ao povo de Milho Verde.






SENHOR GERALDO MIÚDO (MESTRE DA MARUJADA) E DONA GERALDA QUITANDEIRA



FOTO DE EVENTO REALIZADO NA SEDE DO INSTITUTO CULTURAL DE MILHO VERDE






SENHOR VALDOMIRO CANTANDO 
MÚSICA DOS NEGROS...





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